sábado, 21 de abril de 2018

D. José Cordeiro. “É decisivo que os jovens tenham profundas e boas raízes"

O bispo de Bragança-Miranda lançou aos jovens da diocese, reunidos em jornada diocesana, um claro apelo ao seguimento de Jesus, na luta por “altos e profundos ideais” e lamentou que alguns adultos “não queiram trabalhar com os jovens, porque dá trabalho”.
Cerca de 500 jovens de toda a diocese de Bragança-Miranda do Douro participaram, este sábado, na jornada diocesana da juventude.

Com o tema ‘Mergulha, não temas!’, a iniciativa realizou-se em Vimioso, um dos concelhos mais desertificados do país, com o desejo de ser “uma marca de vigor, alegria e renovação” na diocese transmontana.

“Todo o programa foi desenhado a pensar nos jovens e no seu crescimento na fé, protagonistas de um mundo melhor, como convida o Papa Francisco”, explica a responsável pelo Secretariado diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional, Irmã Conceição Borges.

Ao longo do dia os jovens tiveram a oportunidade de participar em diversas atividades culturais, desportivas e de orientação, das quais se destaca um peddypaper e a participação em vários espaços dedicados a temas e experiências como catequese, vocação, adoração, música e dança.

O dia diocesano da juventude terminou com o “mergulho em profundidade” na eucaristia, presidida pelo bispo diocesano, D. José Cordeiro. Nela, o prelado apresentou Jesus ressuscitado como o ‘Bom e Belo Pastor’ para todos os que ‘escutam a sua voz e o seguem”, referindo também que, na “seriedade no seguimento”, Jesus promete tudo: ‘Eu dou a vida pelas minhas ovelhas’.

D. José Cordeiro aproveitou também a ocasião para lançar aos jovens da diocese de Bragança-Miranda o claro apelo ao seguimento de Jesus, na luta por “altos e profundos ideias”.

“Cristo chama-te, responde. Não tenhas medo! (…) A Igreja precisa de jovens, a Diocese de Bragança-Miranda precisa de jovens destemidos que lutem por altos e profundos ideias sem desistir: paz, amor, confiança, equidade, liberdade e justiça”.

O bispo transmontano, na sua homilia, citando o servo de Deus Giorgio La Pira, ativista católico e político italiano, disse ainda que ‘os jovens são como as andorinhas: sentem o tempo, sentem a estação’, “vão para a terra onde a primavera está em flor”, todavia, alerta o prelado, “é muito decisivo que os jovens tenham profundas e boas raízes”.

Para D. José, a vocação é “uma realidade dinâmica e de permanente discernimento para todos”, “novos e velhos, clero e leigos” e, “se as paróquias forem autenticamente cristãs, nunca faltarão bons pastores e consagrados à Igreja”.

O prelado pediu aos jovens para serem “jovens inconformados, que não se conformam nem se contentam com aquilo que já são, que já têm e com aquilo os rodeia, mas peçam ajuda aos adultos, aos pais e aos guias, dirigentes, catequistas e párocos”. “Puxem por eles, façam com que eles acreditem em vós, que vos levem a sério”, reiterou o bispo.

O bispo de Bragança-Miranda afirmou ainda que “há muitos padres, há muitos catequistas e há dirigentes que não querem trabalhar com os jovens, porque dá trabalho, dá que fazer, e os jovens são irreverentes e alguns até têm tatuagens e usam coisas muito estranhas e têm hábitos assim um bocado confusos. E os adultos não estão para isso e, depois, querem jovens bem formados”.

“O problema não está nos jovens, o problema está nos adultos. E a prova são vocês, que estão aqui”, disse D. José.

O bispo de Bragança-Miranda terminou a sua homilia dizendo que “há sinais de Primavera na nossa Diocese”, ao mesmo tempo que felicitou o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil Vocacional que, este ano, compôs o hino para a semana nacional de oração palas das vocações e onde se escuta: ‘é Cristo que me chama a ser feliz’.

Da eucaristia, os participantes foram enviados em missão, com a entrega da Cruz da Juventude aos jovens de Vinhais, onde se realizará o encontro juvenil em 2019.

Olímpia Mairos
Rádio Renascença

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