sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

AVIDAGOS - Freguesias do Concelho de Mirandela

AVIDAGOS Dista cerca de 18 quilómetros de Mirandela, para poente, e fica situada num planalto, na estrada que segue de Lamas de Orelhão para Abreiro, antes de descer as encostas até ao rio Tua. Até 1853 era do concelho de Lamas de Orelhão, passando nessa data a integrar o de Mirandela.
O seu nome deriva de Vidago, do latim vulgar Vitacum, derivado de Vitis, como Vinhago de Vinea. Foi Vigararia da apresentação do reitor de Lamas de Orelhão. A estatística paroquial de 1862 refere" a apresentação era do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde". Tem como orago S. Miguel. Em 1825, ao plantar uma vinha, surgiu uma sepultura romana. E, no Monte da Gralheira há vestígios mineralógicos. A Fraga do Corvo guarda restos de Arte Rupestre. Pelo que se pode dizer que o seu povoamento remonta a épocas pré romanas.
Em 1862 passou a ter escola primária. Em 1950 possuía 683 habitantes, para em 1991 ter 405 residentes e em 2001 só 343, sendo 171 homens. As actividades a que se dedicam as suas gentes são a agricultura, pecuária e silvicultura. Com produções abundantes de cereais, vinho, azeite, muitas florestas. A apicultura tem sido uma alternativa e intensificou se ultimamente.
Aliás, os montes e encostas até às aldeias de Navalho e Carvalhal, estão agora quase exclusivamente plantadas de eucaliptos.
Em 1995 identificámos a existência de 1 barbeiro, 1 carpinteiro, 1 ferreiro, 4 pastores de ovelhas, 4 negociantes, 2 cafés, 3 comércios mistos. Há muitos fornos de cozer o pão, mas particulares, 1 lagar de azeite e também vários lagares de vinho individuais. Mas no Anuário de 1960 estavam registadas: 1 ferrador, 3 mercearias, 1 aluguer de camionetas, 2 proprietários, 1 padaria, 1 ajudante do Posto de Registo Civil e 1 professora. Ainda usam os bois e também os carros antigos puxados por eles, a par das carroças dos muares e de alguma mecanização. A estrada que de Abreiro liga à 1P4 e a Mirandela passa lhe pelo meio, tendo o povoado crescido à sua volta e à qual chamaram R. Joaquim Trigo de Negreiros. Por isso, começa se por ver a Escola Primária e a Casa do Povo construída em 1980, o Cemitério, a Igreja Matriz, a Capela dos Milagres e a Sagrada Família. A Capela da Sr.ª da Conceição está no centro da povoação.
É ali, junto ao café que os locais se costumam juntar para ocuparem os seus tempos livres.
Têm uma fonte com a data de 1946 por perto. Há ainda mais duas fontes, a da Espadana, no fundo do Povo, e a Fonte Nova. A Igreja é o monumento de maior destaque, e está virada para a estrada. Tem torre sineira central, com 2 sinos. Possui 2 pináculos laterais frontais, 2 a meio e dois atrás, também laterais. À frente tem azulejo branco e granito nos portais e esquinas. É baixa, mas longa. O adro, calcetado, tem várias pequenas oliveiras. Carvalhal e Palorca são suas anexas.
Carvalhal tem apenas uma dezena de casas, metade das quais estão em ruínas. A viver
permanentemente há um casal, e flutuando, vão lá de quando em vez, mais meia dúzia de casais. Ali existe uma capela incendiada há uns anos atrás, mas recuperada há 7 anos. A povoação fica situada no fundo da encosta oriental da freguesia.
Quanto a Palorca é um pequeno povoado, já mais virado para o Tua, no cimo de um monte, onde a pequena Capela, à entrada das habitações demonstra uma mistura do rústico com o cimento moderno. Um grande colmeal nas suas imediações e os sobreiros e outras árvores de montanha, mostram que a agricultura, silvicultura e apicultura caminham de mãos dadas servindo a economia dos locais.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte.

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