segunda-feira, 30 de outubro de 2017

CONSPIRADORES – Lista dos indivíduos pertencentes ao distrito de Bragança que foram processados por conspiradores ou sofreram perseguições do governo republicano.

Na madrugada de 4 para 5 de Outubro de 1911, primeiro aniversário da proclamação da República, entrava Henrique de Paiva Couceiro, ex-capitão de artilharia, chefe da conspiração monárquica, com a sua gente (que havia concentrado em Puebla de Sanábria, Espanha), em Portugal pelo termo da povoação de Soutelo da Gomoeda e Cova de Lua, concelho de Bragança, à frente de dois mil homens, quatrocentos dos quais bem armados, e ia descansar a Espinhosela, onde se demorou duas horas, marchando depois para Vinhais, visto a guarnição de Bragança, com que contava, não aderir, contra o parecer de Homem Cristo, pai e filho, e de outros homens de valor que o acompanhavam e logo o deixaram, por verem que as prometidas adesões daqui falhavam, tendo apenas servido para alguns se encherem de dinheiro à tripa-forra, enquanto os ingénuos expunham a vida e pagavam depois na prisão a sua leviandade.
De Espinhosela seguiu por Soeira e Prada e, às três da tarde de dia 5, atacou Vinhais, que quase foi tomada sem resistência, porque o capitão Rodolfo São Boaventura Andrade, que guarnecia a vila com setenta homens, se retirou a tempo, dada a carência de elementos defensivos, voltando depois com reforços de cavalaria nº 6, de Chaves, a atacar Vinhais, já abandonada pelos monárquicos desde a meia-noite desse dia 5, que marcharam ao longo da raia, e no dia 7 tiveram um combate no lugar da Quadra com esses reforços, onde houve alguns feridos de parte a parte, entre os quais um filho do grande escritor Eça de Queirós, pertencente às hostes monárquicas.
Seguiram depois pelo Pinheiro Velho e Segirei onde chegaram no dia 11 internando-se em Espanha e indo surgir a Montalegre, vindo mais tarde atacar Chaves, mas já no ano de 1912, sem nada tocar ao território bragançano.
O governador militar de Bragança, quando da incursão, era o coronel Rego Baião, sucedendo-lhe depois o coronel Matos Cordeiro.
Nas suas marchas, os republicanos estacionaram em Valpaços, Curopos, Salgueiros, Edral e Sendim.
Logo que se deu a entrada dos monárquicos a 5 de Outubro, a cadeia de Macedo de Cavaleiros foi arrombada pelo povo amotinado, soltando os dezassete presos políticos que lá estavam, entre os quais o padre José António de Castro e seu pai, naturais de Bragança. Ao mesmo tempo, na via férrea de Mirandela foi cortado um troço da linha.
Assim ficaram as coisas, sem mais tentativas monárquicas pelo território bragançano, até Outubro de 1914, em que o coronel Adriano Beça, chefe desta segunda incursão, veio de Espanha, onde estava homiziado, pernoitar a Sacóias, caindo na noite de 18 para 19 desse mês sobre Bragança, para soltar o grito da revolução, que ao mesmo tempo devia estalar em todo o país. Adriano Beça foi preso antes de entrar na cidade e o movimento nada deu, além de várias prisões.
A 19 de Janeiro de 1919 rebentou no Porto outro movimento monárquico, secundado logo em Bragança com a aderência dos comandantes dos dois regimentos da guarnição – infantaria n.os 10 e 30 – e a monarquia foi proclamada na cidade. O comandante do 10 era o tenente-coronel Carlos António Leitão Bandeira e o do 30, José A. Ferreira Machado. Sobre o coronel Adriano Beça, ver o respectivo artigo, pág. 46.
Na ponte de Mirandela, já assinalada por acontecimentos idênticos, teve lugar o combate de 9 de Fevereiro de 1919, em que, além de outros, morreu o alferes monárquico Costa Alemão, filho do lente do mesmo apelido, e o republicano Eugénio das Neves Vilares, estudante do liceu de Bragança, natural de Sambade.
A 13 de Fevereiro restaura-se novamente no Porto a República e a coluna monárquica, receosa das forças do general Abel Hipólito, que, das Beiras, marchava sobre Mirandela, abandona esta vila, segue para Bragança, onde Hipólito chegou pouco depois, e interna-se em Espanha pela estrada de Rabal.
Este movimento monárquico ficou conhecido pelo nome de Traulitânia e os seus adeptos pelo de trauliteiros.
Por decreto de 18 de Março de 1919 foi conferido à cidade de Aveiro e às vilas de Chaves e Mirandela o grau de oficial da ordem da Torre e Espada, da Lealdade e Mérito, pelo modo corajoso como se portaram nesta revolução monárquica. Por outro de 2 de Maio desse ano foi dada a mesma condecoração às cidades do Porto, Coimbra, Évora e Bragança pelo heroísmo, civismo e amor que manifestaram na mesma altura em manter as instituições republicanas.

Segue a lista dos prisioneiros das duas tentativas de restauração:

ABEL ASSUNÇÃO NAZÁRIO, condenado em 8 de Agosto de 1912 pelo tribunal marcial de Chaves a quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo, por tomar parte na segunda incursão de Paiva Couceiro, tendo sido indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913. Além deste decreto, houve o de 22 de Fevereiro de 1914, que amnistiou todos os crimes políticos, com excepção de alguns chefes, nenhum dos quais pertencente ao distrito
de Bragança.
ABÍLIO FERNANDES VILA, de vinte e sete anos, solteiro, lavrador, natural e residente em Edral, concelho de Vinhais. Respondeu à revelia no tribunal marcial de Braga, por conspirador, em Janeiro de 1913.
ABÍLIO FERREIRA, presbítero, natural de Vinhais, pároco de Travancas, concelho de Chaves, diocese de Bragança; retirou para Espanha, pouco antes da primeira incursão de Paiva Couceiro e foi julgado como ausente pelo tribunal marcial de Chaves em Dezembro de 1912. Como companheiros, também ausentes, teve o padre Ferreira no julgamento muitas das maiores mentalidades monárquicas, tais como: Joaquim Leitão, Homem Cristo, pai e filho, Álvaro e Mário Pinheiro Chagas e outros. Foi também no tribunal marcial de Chaves que respondeu Paiva Couceiro, chefe militar da conspiração.
ALBINO EZEQUIEL, jornaleiro, de Espinhosela, condenado em 2 de Agosto de 1912 pelo mesmo tribunal a quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo. Confessou o crime e declarou que fora aliciado pelo criado do bispo de Bragança, Eduardo Borges, que vai adiante mencionado.
Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913.
ALBINO AUGUSTO GONÇALVES RODRIGUES, do Porto, residente em Vila Nova; deu entrada na cadeia a 19 de Maio de 1919.
ALBINO FREDERICO,presbítero, natural de Bragança, capelão da Misericórdia da mesma cidade. Foi condenado pelo tribunal marcial de Chaves em 26 de Novembro de 1913 a seis anos de prisão celular, seguidos de dez de degredo, por conspirador. Respondeu como ausente, pois pouco antes da segunda incursão de Paiva Couceiro fora juntar-se-lhe a Espanha e, após o insucesso desta, emigrou para o Brasil.
ALFREDO DA CARDANHA, de Cardanha, concelho de Moncorvo. Estava em Fevereiro de 1912 preso por conspirador na Trafaria em Lisboa.
ALFREDO JOSÉ FERREIRA, solteiro, professor da Escola Central de Chaves, natural de Vinhais. Estava em Fevereiro de 1912 na Trafaria em Lisboa preso por conspirador.
ALFREDO DA RESSURREIÇÃO CANGUEIRO, presbítero, de Sendim, concelho de Miranda do Douro, secretário do bispo de Bragança D. José Alves de Mariz. Retirou-se para Espanha pouco antes da primeira incursão couceirista e por lá se demorou até pouco antes da segunda, em que emigrou para o Brasil. É irmão do padre Ernesto Baptista Cangueiro adiante mencionado.
ÁLVARO DE JESUS, de Mirandela, foi condenado por conspirador no tribunal marcial de Braga a 20 de Fevereiro de 1913.
AMADEU SÁ MIRANDA, proprietário, natural dos Cortiços, concelho de Macedo de Cavaleiros, foi condenado a 26 de Novembro de 1913 pelo tribunal marcial de Chaves a seis anos de prisão celular, seguidos de dez de degredo por conspirador. Respondeu à revelia, pois havia seguido na emigração as hostes de Paiva Couceiro.
AMADOR DE JESUS PIRES DIAS, presbítero, de Parada, residente em Izeda, filho de Miguel Pires Dias e de Maria do Carmo Pires, deu entrada na cadeia a 22 de Março de 1919.
AMÉRICO ANTÓNIO CARVALHO, de vinte e quatro anos, solteiro, de Bragança, 1.º cabo de infantaria nº 2, preso no castelo de S. Jorge e em 4 de Abril de 1913 transferido para o Limoeiro. Foi condenado por conspirador, pelo tribunal de guerra da 1.ª divisão militar, a quatro anos de prisão celular. Era filho de José Miguel de Carvalho (o Lamalonga) e de Júlia dos Anjos.
ANTÓNIO AUGUSTO, de vinte e dois anos, solteiro, pedreiro, de Bragança, filho de pai incógnito e de Maria do Carmo. Foi julgado à revelia pelo tribunal marcial de Braga em Março de 1913.
ANTÓNIO AUGUSTO, de Rebordainhos, concelho de Bragança, soldado de infantaria na mesma cidade, de onde desertou indo apresentar-se a Paiva Couceiro; filho de Josefa Rosa, solteira, de vinte e um anos. Respondeu como ausente ante o tribunal marcial de Braga em 22 de Julho de 1913, sendo condenado em oito anos de prisão celular ou na alternativa em doze anos de degredo.
ANTÓNIO AUGUSTO DE CASTRO, de Bragança, pai do padre José António de Castro, adiante mencionado.
ANTÓNIO AUGUSTO SOARES, casado, correeiro, de Bragança. Estava preso na Trafaria em Fevereiro de 1912.
ANTÓNIO BENEDITO RODRIGUES, de vinte anos, solteiro, sapateiro, natural de Mirandela; filho de José Benedito Rodrigues e de Maria Luísa. Respondeu à revelia perante o tribunal marcial de Braga em Julho de 1913.
ANTÓNIO CARLOS SARMENTO COLAINHO DE AZEVEDO, engenheiro civil, natural de Bragança. Respondeu à revelia, por conspirador, perante o tribunal marcial de Chaves em Novembro de 1913. Faleceu em Lisboa a 1 de Abril de 1930.
ANTÓNIO JOSÉ AFONSO CARRAZEDO, solteiro, agenciário, de Samil. Em Fevereiro de 1912 estava preso por conspirador na Trafaria, em Lisboa.
ANTÓNIO JOAQUIM ESTEVES, de Mirandela. Foi condenado a 27 de Fevereiro de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, a um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia por tomar parte na segunda incursão couceirista.
ANTÓNIO JÚLIO SALGADO, de vinte e um anos, solteiro, ex-cabo, de Moncorvo, preso no castelo de S. Jorge em Lisboa e em 4 de Abril de 1913 transferido para o Limoeiro. Foi condenado por conspirador a quatro anos de prisão celular pelo tribunal de guerra da 1.ª divisão militar.
ANTÓNIO MARIA ESTEVES, pároco de Paradela, concelho do Mogadouro.
Por aviso publicado no Diário do Governo de 2 de Maio de 1913 foi proibido de residir durante seis meses no seu concelho por infringir a lei da separação da Igreja do Estado.
ANTÓNIO RAFAEL ALVES, de trinta e oito anos, natural de Sendim, freguesia de Edral, concelho de Vinhais, abade de Agrochão, do mesmo concelho; filho de Francisco Meia e de Miquelina Rosa Alves. Foi julgado à revelia no tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1913.
ARMANDO CORREIA DA ROCHA, proprietário, de Lamego, mas residente em Bragança, filho de Custódio Rocha e de Maria Cândida, deu entrada na cadeia a 4 de Março de 1919.
ARMÉNIO AUGUSTO, de vinte e dois anos, solteiro, de Meixedo, concelho de Bragança, soldado de infantaria na mesma cidade, de onde desertou, indo apresentar-se a Paiva Couceiro; filho de João Pires e de Beatriz de Jesus. Foi julgado à revelia no tribunal marcial de Braga em 22 de Junho de 1913, sendo condenado em oito anos de prisão celular ou na alternativa em doze de degredo.
ARTUR LOBATO PEREIRA, aspirante dos correios, de Bragança, filho de José Augusto Pereira e de Joaquina Rosa Lobato; deu entrada na cadeia a 20 de Fevereiro de 1919.
AUGUSTO CÉSAR PAIS, natural de Travanca, concelho do Mogadouro, e agora pároco de Miranda do Douro. Era pároco de Mairos, concelho de Chaves, quando fugiu para Espanha por conspirar; mas, sendo depois atraído traiçoeiramente à raia, foi preso; porém o governo espanhol reclamou-o por via diplomática e foi-lhe entregue, seguindo para o Brasil em Junho de 1911.
AUGUSTO CÉSAR DE SÁ MIRANDA, de trinta e sete anos, casado, proprietário, de Carrapatas, concelho de Macedo de Cavaleiros, filho de Bernardo José Luís de Sá e de Antónia de Sá Miranda. Respondeu à revelia por conspirador ante o tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1912.
AUGUSTO CÉSAR DE SÁ MIRANDA, casado, professor de instrução primária em S. Pedro Velho, concelho de Mirandela. Estava em Fevereiro de 1912 preso por conspirador na Trafaria, em Lisboa.
AUGUSTO DAVID DE SÁ LEÃO, solteiro, comerciante, de Bragança, preso por conspirador na Trafaria, em Lisboa, em Fevereiro de 1912.
AUGUSTO DAVID DE SÁ LEÃO, solteiro, estudante, de Bragança. Foi condenado por conspirador, no tribunal marcial de Braga, a um ano de prisão correccional e trinta dias de multa. Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913. Estava na cadeia de Braga.
AUGUSTO DE SOUSA DE SÁ MIRANDA, de Mirandela. Foi condenado por conspirador, no tribunal marcial de Braga, a 20 de Fevereiro de 1913.
BALTASAR REIS, jornaleiro, de Macedo de Cavaleiros. Foi condenado a 8 de Agosto de 1912, pelo tribunal marcial de Chaves, a seis anos de prisão celular, seguidos de dez de degredo por tomar parte na segunda incursão couceirista. Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913. Estava na Penitenciária de Lisboa.
BASÍLIO BARREIRA, de trinta e cinco anos, casado, jornaleiro, natural de Sendim, freguesia de Edral, concelho de Vinhais, filho de José Barreira e de Ermelinda Vaz. Respondeu à revelia no tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1913.
CÂNDIDA AUGUSTA RIBEIRO, solteira, criada de servir, de Vinhais. Estava em Fevereiro de 1912 presa por conspiradora.
CÂNDIDO FILIPE NERI SANCHES, presbítero, do Mogadouro, preso em Coimbra a 11 de Janeiro de 1913.No acto da prisão foi-lhe apreendida uma carta do presidente da Liga Monárquica do Rio de Janeiro, Joaquim Ferreira, em que este lamentava o insucesso da incursão couceirista. Foi capelão das hostes de Paiva Couceiro, sendo condenado pelo tribunal marcial de Braga na pena de vinte anos; mas na madrugada de 16 de Julho de 1913, juntamente com os presos políticos Amâncio dos Santos, do Porto,Augusto Cardoso de Oliveira, de Famalicão (que estavam na cela nº 44, que fica ao norte do edifício), e Francisco José Gomes, de Ribeira de Pena (que estava na cela nº 34), evadiram-se da cadeia civil de Braga, serrando vários ferros de uma janela e descendo por uma corda amarrada à mesma, pertencente à dita cela nº 44. Com os presos fugiu também a sentinela que os guardava.
É notável a coragem com que o padre Neri Sanches se apresentou a julgamento no tribunal, como noticiaram os jornais (Diário de Notícias de 17 de Julho de 1913). Levava na boutonière o emblema monárquico e ao ser-lhe lida a sentença levantou «vivas» ao rei e à monarquia. Ao perguntar-lhe o juiz quem era o seu advogado, o seu patrono, respondeu: «O meu advogado? D.Manuel II». «As suas testemunhas de defesa?» «Só tenho uma – disse ele – é Paiva Couceiro».
CARLOS AUGUSTO DE FIGUEIREDO SARMENTO, alferes, de Bragança. Ver tomo VI, pág. 125, destas Memórias.
CÉSAR AUGUSTO, trolha, de Bragança, condenado em 2 de Agosto de 1912 pelo tribunal marcial de Chaves em quatro anos de prisão celular, seguidos de doze de degredo, por haver tomado parte na segunda incursão de Paiva Couceiro. Confessou o crime e declarou que fora aliciado. Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913.
CÉSAR AUGUSTO DE AZEVEDO, de vinte e dois anos, casado, funileiro, de Codeçais, filho de António de Azevedo e de Maria das Dores. Respondeu por conspirador ante o tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1912.
CÉSAR AUGUSTO DE AZEVEDO, de Carrazeda de Ansiães. Foi condenado a 29 de Março de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, a um ano de prisão e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia por implicado no complot monárquico daquela vila.
DANIEL JOSÉ DA COSTA LEÃO, de vinte e dois anos, estudante, de Bragança, filho de João Daniel e de Alexandrina da Conceição. Foi julgado à revelia pelo tribunal marcial de Braga.
DAVID DOS SANTOS (também conhecido por David dos Santos Morgado), de vinte e seis anos, nº 812 da polícia cívica de Lisboa, natural de Grijó, comarca de Bragança, filho de Francisco António e de Amélia Carolina Morgado. Respondeu como conspirador ante o tribunal da 1.ª divisão militar em Abril de 1913.
DIOGO PINTO DA SILVA, casado, capitalista, de Lamalonga, concelho de Macedo de Cavaleiros. Estava em Fevereiro de 1912 preso na Trafaria, em Lisboa, por conspirador.
DOMINGOS DO PATROCÍNIO PIRES PINTO, natural do Campo de Víboras, abade de Bemposta, concelho do Mogadouro. Por determinação publicada no Diário do Governo de 2 de Maio de 1913 foi proibido de residir durante quatro meses no seu concelho, por ter transgredido a lei da separação da Igreja do Estado.
EDUARDO AUGUSTO CORDEIRO, carregador de Moncorvo, condenado a quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo. Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913.
EDUARDO MARIA DOMINGUES, do Mogadouro, residente em Bragança, filho de Luís Maria Domingues e de Maria Rosa, deu entrada na cadeia a 19 de Maio de 1919.
EDUARDO DOS SANTOS BORGES, casado, de Podence, ex-criado do bispo D. José Alves de Mariz, residente em Bragança, deu entrada na cadeia a 15 de Junho de 1919, mas já por outra vez fora preso nesta cidade a 30 de Maio de 1913, sendo condenado e recolhido à Penitenciária de Coimbra e indultado a 3 de Outubro desse ano.
ERNESTO BAPTISTA CANGUEIRO, natural de Sendim, concelho de Miranda do Douro (irmão do padre Alfredo da Ressurreição Cangueiro, atrás relacionado), pároco de Urros, concelho do Mogadouro. Por aviso publicado no Diário do Governo de 2 de Maio de 1913 foi proibido de residir durante quatro meses no seu concelho por transgredir a lei da separação da Igreja do Estado.
EUGÉNIO DOS SANTOS PINTO, de trinta e sete anos, de Macedo de Cavaleiros, guarda-portão na rua Alexandre Herculano em Lisboa, foi condenado por conspirador em 8 de Janeiro de 1913, pelo tribunal marcial daquela cidade, em quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo. Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913. Estava na
Penitenciária de Lisboa.
EUSÉBIO DOS SANTOS GOMES, jornaleiro, de Vinhais, condenado a 8 de Agosto de 1912, pelo tribunal marcial de Chaves, a seis anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo, por haver tomado parte na incursão de Paiva Couceiro. Foi indultado pelo decreto atrás citado. Estava também na Penitenciária de Lisboa.
FÉLIX FRANCISCO PIRES, pároco da Póvoa, concelho de Miranda do Douro. Por determinação publicada no Diário do Governo de 2 de Maio de 1913 foi proibido de residir durante oito meses no seu concelho, além de perder os benefícios materiais do Estado.
Em correspondência de Miranda do Douro do dia 12, publicada no Diário de Notícias do dia 17 desse mês e ano, lê-se: «Tendo sido expulso o pároco da freguezia da Póvoa [Félix Francisco Pires], dêste concelho, o respectivo administrador ali se dirigiu com um oficial para tomar conta dos livros do registo e fazê-los conduzir para esta cidade. Aconteceu, porém, que a povoação se opôz, amotinando-se, especialmente as mulheres, que para a rua sairam armadas de espetos, machados, forcados e outros instrumentos, não conseguindo o administrador realizar o seu fim, efectuando apenas algumas prisões de mulheres, pelo que o conflito se tornou mais grave, não havendo, porém, desastres a lamentar. Tendo chegado a esta cidade a guarda republicana, o administrador com ela ali voltou para o mesmo fim, tomando em seguida conta dos livros e não havendo então resistência alguma».
O administrador de Miranda do Douro era o padre Eduardo António Falcão.
FERNANDO GUEDES BACELAR, natural de Mirandela, doutor em direito, contador do registo predial em Bragança, foi condenado a 26 de Novembro de 1913 pelo tribunal militar de Chaves, por conspirador, em seis anos de prisão celular, seguidos de dez de degredo. Respondeu à revelia, pois havia seguido na emigração as hostes de Paiva Couceiro.
FRANCISCO ANTÓNIO, de cinquenta anos, casado, guarda-fiscal reformado, natural de Edral, concelho de Vinhais, residente em Vilarelho da Raia, concelho de Chaves, filho de Francisco Claro e de Luísa Vaz. Foi julgado à revelia, por conspirador, em Julho de 1913.
FRANCISCO ANTÓNIO DE OLIVEIRA, pároco de Travanca, concelho do Mogadouro, foi proibido de residir durante seis meses no seu concelho, segundo determinação publicada no Diário do Governo de 2 de Maio de 1913, por haver transgredido a lei da separação da Igreja do Estado.
FRANCISCO ANTÓNIO PILÃO, sapateiro, de Bragança, filho de António Joaquim Pilão e de Maria Angélica, deu entrada na cadeia a 22 de Março de 1919.
FRANCISCO ANTÓNIO VALE DE PRADOS, de vinte e um anos, de Baçal, concelho de Bragança, soldado de infantaria nesta cidade, de onde desertou, indo apresentar-se a Paiva Couceiro com o armamento do corpo a que pertencia; filho de Sebastião Vale de Prados e de Maria Augusta. Foi julgado à revelia no tribunal marcial de Braga em 22 de Julho de 1913, sendo condenado em oito anos de prisão celular ou na alternativa em doze de degredo.
FRANCISCO AUGUSTO FERNANDES ISIDORO, de vinte anos, solteiro, sapateiro, natural de Mirandela, filho natural de Maria Cândida Fernandes.
Respondeu à revelia, por conspirador, ante o Tribunal Marcial de Braga em Julho de 1913.
FRANCISCO MESSIAS, de vinte e três anos, solteiro, de Meixedo, concelho de Bragança, soldado de infantaria nesta cidade, filho natural de Amélia de Jesus, desertou e foi juntar-se às hostes de Paiva Couceiro. Foi julgado à revelia no tribunal marcial de Braga em 22 de Julho de 1913, sendo condenado em oito anos de prisão celular ou na alternativa de doze de degredo.
FRANCISCO DA SILVA RAMOS, casado, empregado do caminho-de-ferro, natural de Bragança. Estava preso na Trafaria, em Lisboa, em Fevereiro de 1912.
GERMANO AUGUSTO, de vinte e um anos, solteiro, de Vila Franca de Sendas, concelho de Bragança, soldado de infantaria na mesma cidade, de onde desertou, indo apresentar-se a Paiva Couceiro; é filho de Manuel José e de Filomena Margarida. Foi julgado à revelia no tribunal marcial de Braga em 22 de Julho de 1913 e condenado em oito anos de prisão celular ou na alternativa em doze de degredo.
GUILHERMINO AUGUSTO ALVES, natural de Bragança, doutor pela Universidade Gregoriana de Roma. Foi julgado no tribunal militar de Coimbra (em cujas prisões estava detido) e absolvido, a 22 de Abril de 1913. Juntamente com ele responderam mais trinta e quatro co-réus, supostos conspiradores pertencentes ao complot de Coimbra, entre os quais havia médicos, advogados, estudantes, negociantes, proprietários, um farmacêutico, um chauffeur e um empregado público, que, na sua maior parte, foram absolvidos.
O julgamento durou onze dias.Um dos advogados de defesa, o republicano histórico bem conhecido doutor Cunha e Costa, salientando a violência feita aos réus, teve afirmações destas: «O processo dos supostos conspiradores de Coimbra é um verdadeiro monstro. Está cheio de defeitos». Mais de uma vez o auditório, achando justas as censuras deste advogado à forma seguida pelas autoridades no processo, soltou apoiados em pleno tribunal.
O doutor Guilhermino Augusto Alves, distintíssimo intelectual e erudito, era professor no Colégio-Liceu Figueirense, da Figueira da Foz, estabelecimento dirigido pelo doutor José Luís Mendes Pinheiro, formado em matemática e filosofia pela Universidade de Coimbra, antigo professor da mesma Universidade, que em virtude das convulsões políticas transferiu o colégio-liceu para Huy, na Bélgica, perto de Liège e Lovaina, dois dos mais importantes centros científicos da Europa, para onde o acompanhou o doutor Guilhermino Augusto Alves no desempenho das suas funções do magistério. Em Agosto de 1930 é reitor e professor do Seminário Diocesano de Bragança.
GUILHERMINO DA SILVA, natural de Rebordainhos, pároco de Chacim.
Respondeu à revelia perante o tribunal marcial de Braga em Junho de 1913 e foi condenado a oito anos de prisão celular ou doze de degredo.
HERMÍNIO AUGUSTO, de vinte e seis anos, de Bragança, ex-guarda nº 1554 do corpo de polícia de Lisboa (esquadra do Rato), foi condenado por conspirador, em 8 de Janeiro de 1913, pelo tribunal marcial daquela cidade, em quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo.Havia sido preso a 25 de Agosto de 1912. Era filho de Manuel Reis e de Carolina Augusta.
HORÁCIO AUGUSTO MARTINS, de dezanove anos, solteiro, pedreiro, de Bragança, filho natural de Maria do Carmo Martins. Foi julgado à revelia pelo tribunal marcial de Braga em Março de 1913.
JOÃO ANTÓNIO PEREIRA, solteiro, estudante, de Bragança. Em Fevereiro de 1912 estava preso, por conspirador, na Trafaria, em Lisboa.
JOÃO BAPTISTA, trabalhador, de Bragança. Preso no Porto a 4 de Março de 1912, respondeu na mesma cidade a 21 de Junho do dito ano, sendo condenado a sete meses de cadeia, mas levando-lhe em conta o tempo de prisão sofrida.
JOÃO BAPTISTA, de Mirandela, respondeu a 25 de Fevereiro de 1913 no tribunal marcial de Braga, por tomar parte na segunda incursão couceirista, e foi condenado a três anos de prisão celular, seguidos de quatro e meio de degredo.
JOÃO BAPTISTA CABRAL, 2.º cabo-corneteiro, de Bragança, filho de Francisco António Cabral e de Amélia Augusta Galhós, deu entrada na cadeia a 20 de Fevereiro de 1919.
JOÃO BAPTISTA LOPES, de Mirandela, pároco de Vale de Asnes, do mesmo concelho. Foi julgado no Porto em audiência geral de 15 de Julho de 1913 por, em 4 e 5 de Julho de 1911, espalhar boatos alarmantes contra as instituições republicanas, sendo absolvido.
JOÃO BAPTISTA LOPES, de Mirandela, condenado em 27 de Fevereiro de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, a um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia por tomar parte na segunda incursão couceirista.
JOÃO BAPTISTA RODRIGUES, pároco de Sanhoane, concelho do Mogadouro, foi proibido de residir durante seis meses no seu concelho, segundo aviso publicado no Diário do Governo de 2 de Maio de 1913, por haver infringido a lei da separação da Igreja do Estado.
JOÃO CARNEIRO FERREIRA, alfaiate, de Bragança, filho de José Manuel Carneiro e de Ricardina Augusta Pimentel, deu entrada na cadeia em 22 de Março de 1919.
JOÃO DE DEUS, canteiro, de Bragança, filho de Maria Rosa da Cruz, idem, idem em 19 de Maio de 1919.
JOÃO FRANCISCO LÁZARO, canteiro, de Bragança, filho de Luís António Lopes e de Isabel Maria Rego, idem, idem em 22 de Março de 1919.
JOÃO MANUEL MORAIS, ex-polícia, de Macedo de Cavaleiros. Estava preso por conspirador, em Fevereiro de 1912, no castelo de S. Jorge, em Lisboa.
JOÃO MOURA, preso no Castanheiro, concelho de Carrazeda de Ansiães, a 27 de Agosto de 1912.
JOAQUIM DO CARMO RODRIGUES, de quarenta e sete anos, servente, de Alfândega da Fé, foi preso por envolvido na conspiração monárquica de 21 de Outubro de 1913.
JOSÉ AMARO, de trinta e cinco anos, solteiro, ex-guarda do corpo de polícia civil de Lisboa, natural de Rebordãos, concelho de Bragança, filho de Manuel Joaquim Fernandes e de Miquelina de Jesus, foi citado, como ausente, pelo tribunal marcial de Braga em Novembro de 1913 para responder pelo crime de conspirador.
JOSÉ ANTÓNIO DE CASTRO, de vinte e sete anos, presbítero, natural de Bragança, filho de António Augusto de Castro e de Maria da Conceição. Preso logo desde o princípio, juntamente com seu pai, na cadeia civil desta cidade, foi depois transferido para a de Macedo de Cavaleiros, de onde se evadiram por ocasião da primeira incursão de Paiva Couceiro em Vinhais. Julgados à revelia em Março de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, foram absolvidos, mas o padre Castro emigrou de Espanha para o Brasil e não voltou a Bragança, onde seu pai regressou. Ver neste tomo o artigo respectivo, pág. 92. Em 1930 voltou aquele do Brasil a pedido do Patriarca de Lisboa, onde fixou residência e se tem notabilizado tanto no jornalismo como no púlpito.
JOSÉ ANTÓNIO FERNANDES, presbítero, de Quintanilha, residente em Serapicos, filho de Lázaro Manuel Fernandes e de Ermelinda Fernandes, deu entrada na cadeia a 22 de Março de 1919.
JOSÉ ANTÓNIOMONTEIRO FILIPE, natural do Castanheiro, concelho de Carrazeda de Ansiães, abade dos Cortiços, concelho de Macedo de Cavaleiros.
Respondeu à revelia, por conspirador, no tribunal marcial de Braga, em Junho de 1913 e foi condenado em oito anos de prisão celular ou doze de degredo.
JOSÉ AUGUSTO CARVALHO, de Mirandela, condenado em 27 de Fevereiro de 1913, pelo citado tribunal, a um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia, por tomar parte na segunda incursão couceirista.
Em algumas partes aparece com o nome de José Augusto Cabanelas.
JOSÉ EDUARDO FERNANDES, casado, guarda-freio da Companhia Carris de Ferro de Lisboa, natural de Donai, concelho de Bragança. Estava preso como conspirador, em Fevereiro de 1912, na Trafaria, em Lisboa.
JOSÉ FRANCISCO DE SOUSA, de Mirandela, condenado em 27 de Fevereiro de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, a um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia, por tomar parte na segunda incursão couceirista.
JOSÉ FRANCISCO VAZ, de quarenta e seis anos, casado, professor primário aposentado, natural de Frades, freguesia de Edral, concelho de Vinhais, e residente na de Agrochão, do mesmo concelho; filho de Francisco Vaz e de Maria Matilde da Conceição. Respondeu à revelia, por conspirador, ante o tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1913.
JOSÉ JOAQUIM, de quarenta e dois anos, casado, natural de Bragança, 1.º cabo de infantaria nº 17, foi condenado por conspirador, no tribunal marcial de Lisboa, a 3 de Novembro de 1912, em quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo. Requereu revisão do processo e foi novamente julgado no tribunal marcial de Coimbra, em 30 de Maio de 1913, sendo-lhe comutada a pena em vinte meses de prisão correccional e seis meses de multa a 100 réis por dia.
JOSÉ MANUEL FERREIRA, de trinta e três anos, casado, de Sortes, concelho de Bragança, filho de António Ferreira e de Maria Rodrigues, foi julgado à revelia, pelo tribunal marcial de Braga, em Março de 1913.
JOSÉ MANUEL PINTO, natural de Travanca, concelho de Macedo de Cavaleiros, pároco de Vale de Prados, do mesmo concelho. Respondeu à revelia por conspirador, no citado tribunal, em Junho de 1913, e foi condenado em oito anos de prisão celular ou doze de degredo.
JOSÉ MARIA, de Carrazeda de Ansiães, foi condenado a 29 de Março de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, a um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia, por fazer parte do complot monárquico daquela vila.
JOSÉ MARIA, jornaleiro, de Vinhais, foi condenado em 8 de Agosto de 1912, pelo tribunal marcial de Chaves, em quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo, por tomar parte na incursão de Paiva Couceiro.
Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913.
JOSÉ MARIA BEIRAGRANDE, de vinte e nove anos, casado, jornaleiro, de Castanheira, concelho de Carrazeda de Ansiães, filho de Francisco Beiragrande e de Luísa Gonçalves, respondeu como ausente, por conspirador, no tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1912.
JOSÉ MARIA CARDOSO, de quarenta anos, casado, do Vimioso, 2.º cabo de infantaria nº 17, foi condenado por conspirador, pelo tribunal marcial de Lisboa, em 3 de Novembro de 1912, a quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo.
JOSÉ MARIA PIRES, de Parada, residente em Calvelhe, filho de Domingos Manuel Pires e de Maria Joaquina Rodrigues, deu entrada na cadeia a 22 de Março de 1919.
JOSÉ MENDONÇA TRIGO DE NEGREIROS, de trinta anos, presbítero e doutor em teologia pela Universidade de Coimbra, natural de Abreiro, filho de Manuel José Trigo de Negreiros e de D. Maria dos Remédios Mendonça, respondeu à revelia, por conspirador, no tribunal marcial de Braga, em Fevereiro de 1912.
JOSÉ DO NASCIMENTO ALVES, de Bragança, filho de Agostinho Alves Branco e de Maria Antónia Jorge, deu entrada na cadeia a 22 de Março de 1919.
JOSÉ DE OLIVEIRA, doutor em teologia pela Universidade de Coimbra, cónego da Sé de Bragança e ex-professor do Seminário Diocesano e do Liceu Nacional da mesma cidade. Preso em Nisa, sua terra natal, a 25 de Agosto de 1912 e conduzido ao Limoeiro, foi julgado e condenado no tribunal marcial de Lisboa em quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo, juntamente com os co-réus (condenados em igual pena) Eugénio dos Santos Pinto, de trinta e sete anos, de Macedo de Cavaleiros, guarda-portão na rua Alexandre Herculano em Lisboa; Hermínio Augusto, de vinte e seis anos, de Bragança, ex-polícia nº 1554; Manuel Maria Fernandes, de Mirandela, ex-cabo da polícia cívica nº 1594, e Alípio José Pontes, ex-empregado da Fábrica de Tabacos de Portugal. O padre Oliveira requereu o indulto no perdão que houve por decreto de 3 de Outubro de 1913, mas não foi atendido.Ver o respectivo artigo neste tomo, pág. 367.
JOSÉ DO ROSÁRIO GONÇALVES, casado, 2.º sargento reformado de infantaria nº 10, morador, e não sabemos se natural, em Vila Nova, concelho de Bragança. Em Fevereiro de 1912 estava preso por conspirador no castelo de S. Jorge, em Lisboa.
JOSÉ SILVEIRA, de Carrazeda de Ansiães, foi condenado a 22 de Março de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, em um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia, por fazer parte do complot monárquico daquela localidade.
JOSÉ SILVÉRIO ou JOSÉ CABRAL, de trinta anos, solteiro, jornaleiro, dos Pereiros, concelho de Carrazeda de Ansiães, filho de Silvério Cabral e de Mariana Gonçalves, respondeu como ausente, por conspirador, ante o tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1912.
JOSÉ VAZ DE SOUSA PEREIRA PINTO GUEDES BACELAR, doutor em direito, conservador do registo predial em Miranda do Douro, natural de Mirandela, foi condenado a 26 de Novembro de 1913, pelo tribunal marcial de Chaves, em seis anos de prisão celular, seguidos de doze de degredo, por conspirador. Acompanhou logo, desde o princípio, as hostes de Paiva Couceiro e, após o insucesso, emigrou para o Brasil juntamente com seu irmão Fernando Guedes Bacelar, sendo pois julgados à revelia.
JÚLIO QUEIROGA, de Aveleda, concelho de Bragança, respondeu como ausente, por conspirador, ante o tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1913.
JUSTINO DO ESPÍRITO SANTO LOPES, de trinta e sete anos, casado, barbeiro, natural de Vale de Nogueira, freguesia de Salsas, e residente em Vidoedo, filho de Manuel Domingos Lopes e de Ludovina Augusta. Foi julgado à revelia, em Março de 1913, pelo tribunal marcial de Braga.
LAURA DOS REIS, solteira, padeira, de Vinhais, estava presa por conspiradora em Fevereiro de 1912.
MANUEL ANTÓNIO, criado de servir, de Vinhais, condenado em 2 de Agosto de 1912, pelo tribunal marcial de Chaves, a seis anos de prisão celular, seguidos de dez de degredo, por fazer parte das hostes couceiristas. Confessou o crime e disse que fora aliciado. Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913.
MANUEL ANTÓNIO FERNANDES, casado, solicitador, de Mirandela. Estava em Fevereiro de 1912 preso por conspirador na Trafaria, em Lisboa.
MANUEL ANTÓNIO LOPES, de trinta e dois anos, natural de Carção, concelho do Vimioso, pároco de São Jomil, concelho de Vinhais, filho de João Lopes e de Maria José Dias. Respondeu à revelia por conspirador, ante o tribunal marcial de Braga, em Fevereiro de 1913.
MANUEL ANTÓNIO RODRIGUES, de Soutelo da Gamoeda, freguesia de Carragosa, concelho de Bragança, abade de Meixedo. Preso a 23 de Outubro de 1911 por haver auxiliado a primeira incursão de Paiva Couceiro, respondeu em Lisboa no tribunal das Trinas em 6 de Março de 1912 e foi absolvido.
Esteve preso na cadeia civil de Bragança, no Aljube do Porto e no Limoeiro e Trafaria de Lisboa.
MANUEL DO ESPÍRITO SANTO, de trinta e dois anos, de Vinhais, soldado da 1.ª companhia da guarda fiscal, respondeu no tribunal de Santa Clara em Lisboa, a 8 de Novembro de 1913, por conspirador e abandono de posto, sendo punido com vinte meses de prisão correccional.
MANUEL LOPES, natural de Vila Verde, concelho de Vinhais, respondeu à revelia no tribunal marcial de Chaves a 26 de Novembro de 1913 como conspirador monárquico e foi absolvido.
MANUEL JOAQUIM BERNARDO, de Mirandela, respondeu a 25 de Fevereiro de 1913, no tribunal marcial de Braga, por tomar parte na segunda incursão de Paiva Couceiro. Foi absolvido.
MANUEL MARIA FERNANDES, de quarenta e três anos, de Mirandela, ex-cabo nº 1594 da Polícia Cívica de Lisboa, foi condenado a 8 de Janeiro de 1913, pelo tribunal marcial da mesma cidade, como conspirador, em quatro anos de prisão celular, seguidos de oito de degredo.
MANUEL PESSANHA, proprietário, natural dos Cortiços, concelho de Macedo de Cavaleiros, respondeu à revelia como conspirador, ante o tribunal marcial de Chaves, em Novembro de 1912.
MANUEL RAMOS BARREIRA, jornaleiro, de Vinhais, condenado a 8 de Agosto de 1912, pelo tribunal marcial de Chaves, em quatro anos de prisão celular, seguidos de doze de degredo, por tomar parte na segunda incursão couceirista. Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913.
MANUEL RODRIGUES POÇAS, de sessenta anos, casado, proprietário, natural e residente em Vilar de Peregrinos, concelho de Vinhais, filho de José Rodrigues Poças e de Carolina Pires. Respondeu como ausente, por conspirador, ante o tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1913.
MANUEL SEBASTIÃO FERNANDES, de trinta e quatro anos, natural de Varge, concelho de Bragança, pároco de Vilar de Peregrinos, concelho de Vinhais.
Foi julgado à revelia, por conspirador, no mencionado tribunal em Fevereiro de 1913.
MANUEL DOS SANTOS, de sessenta anos, casado, lavrador, natural e residente em Sendim, freguesia de Edral, concelho de Vinhais, filho de Miguel Alves Vaz e de Ana Domingues. Respondeu à revelia no mesmo tribunal em igual mês e ano.
MARIA BENIGNA, casada, padeira, de Vinhais, estava presa em Fevereiro de 1912 na Trafaria, em Lisboa, acusada de conspiradora.
MARIA CÂNDIDA DE SEIXAS, de quarenta e quatro anos, solteira, de Trevões, residente em Codeçais, concelho de Carrazeda de Ansiães, respondeu à revelia no tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1912.
MÁRIO DOS SANTOS FERREIRA, de Bragança, filho de António Mendes e de Alexandrina Rosa, deu entrada na cadeia a 5 de Março de 1919.
MARTINHO JOSÉ DUARTE, pároco de Gostei, preso na cadeia civil de Bragança desde 26 de Julho a 15 de Agosto de 1912 por falsas denúncias. Julgadas sem fundamento as acusações, foi posto em liberdade.
NARCISO VICENTE ou NARCISO AUGUSTO, de vinte e dois anos, solteiro, jornaleiro, de Vilarinho da Castanheira, concelho de Carrazeda de Ansiães, filho de Manuel dos Santos e de Carolina Rosa, respondeu à revelia, por conspirador, no tribunal marcial de Braga em Fevereiro de 1912. Ignoramos se é este o Narciso Augusto, de Carrazeda de Ansiães, condenado em 29 de Março de 1913, no citado tribunal, a um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia, como implicado no complot monárquico daquela localidade, que encontrámos mencionado em algumas listas.
NAZÁRIO DO NASCIMENTO GÂNDARA, jornaleiro, de Vinhais, condenado, por conspirador, a seis anos de prisão celular, seguidos de dez de degredo.
Foi indultado por decreto de 3 de Outubro de 1913.
PEDRO VICENTE CARNEIRO, natural e abade de Podence, concelho de Macedo de Cavaleiros. Respondeu por conspirador, ante o tribunal marcial de Braga, em Junho de 1913 e foi condenado em oito anos de prisão celular ou doze de degredo.
PORFÍRIO MADUREIRA, de vinte e oito anos, solteiro, jornaleiro, residente em Amedo, concelho de Carrazeda de Ansiães, foi julgado à revelia, como conspirador, perante o tribunal anteriormente citado, em Fevereiro de 1912. Não sabemos se é este o Porfírio Madureira, de Carrazeda de Ansiães, condenado a 29 de Março de 1913, pelo tribunal marcial de Braga, a um ano de prisão correccional e trinta e seis dias de multa a 100 réis por dia por se achar envolvido no complot monárquico do aludido concelho, de que falam várias listas de conjurados.
TOMÁS ANTÓNIO DE SÁ CARDOSO, residente em Bragança, filho de pais incógnitos, deu entrada na cadeia a 1 de Março de 1919.
VALÉRIO ACÁCIO PAVÃO, de dezanove anos, solteiro, sapateiro, natural de Mirandela, filho de Carolina da Piedade Pereira, foi julgado no tribunal marcial de Braga, por conspirador, em Julho de 1913.

Sabemos que, além destes, os prisioneiros políticos foram alguns mais, como Aníbal Raimundo e José Palmeiro (Varelo), de Sacóias, mas não alcançámos o respectivo documento autêntico, e que contra muitos outros se passaram mandados de captura, as quais se não realizaram por eles haverem fugido.

Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança

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