quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Exploração de Urânio na zona de Salamanca pode contaminar águas do rio Douro, alertam "Os Verdes"

O Partido Ecologistas “Os Verdes” estiveram ontem na Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) para alertarem os agentes locais para os  riscos de contaminação das águas do rio Douro devido  a um projeto de exploração de urânio que está previsto realizar junto à fronteira portuguesa.
A CIM Douro reuniu em Sernancelhe, Distrito de Viseu,  e os “Os Verdes” deslocaram-se também até lá  “para alertar os dezanove municípios que compõe esta comunidade, para os impactos negativos que poderão advir com a exploração de urânio, junto à fronteira portuguesa na província de Salamanca. Este complexo mineiro integra uma unidade de reprocessamento de urânio e um depósito de resíduos radioativos, em Retortillo, a cerca de 35km da fronteira e minas a céu aberto”, refere um comunicado distribuído pelo partido ecologista à comunicação social.

Segundo “Os Verdes” a Agência Portuguesa do Ambiente considera que a exploração mineira de urânio Retortillo-Santidad poderá ser “suscetível de ter efeitos ambientais significativos em Portugal face à distância da fronteira portuguesa; atendendo à direção dos ventos; e ressaltando com maior relevo, o facto do rio Yeltes (que divide a exploração mineira em duas zonas) ser um afluente do Rio Huebra, que desagua no troço internacional do Rio Douro, tendo em consideração a importância do Rio Douro na disponibilização de água para o abastecimento público para aproximadamente  2 milhões de pessoas, bem como para a rega em todo o Douro Vinhateiro.”

Apesar de já ter decorrido a Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), emitida a respetiva DIA e concedida a licença de exploração pela Junta de Castela e Leão, o governo português nunca foi envolvido na AIA, porque esta Junta considerou não ser necessário realizar consultas transfronteiriças, atendendo à distância da exploração mineira da fronteira com Portugal. 

“Aliás, em março de 2014, 'Os Verdes', em conjunto com o partido congénere de Espanha EQUO, apresentaram uma queixa conjunta às instâncias europeias, por causa do Estado Português não ter sido envolvido na Avaliação de Impacto Ambiental deste projeto”, sublinham.

Para além de alertar e informar a CIM Douro para os efeitos ambientais significativos da exploração de urânio no nosso país, devido ao avanço que já se verifica no terreno deste processo, “Os Verdes” apelaram ainda aos municípios para que se inteirem de todo o projeto e exerçam pressão para que o mesmo vá a discussão pública em Portugal, pois é ainda possível a participação do governo português no âmbito dos procedimentos ainda em tramitação, ou seja, autorização da construção da fábrica de instalação.

Refira-se que este é um projeto que poderá trazer impactos significativamente negativos para a região transfronteiriça que abrange o rio Douro, numa extensão ainda mal calculada, mas mesmo assim não se vê qualquer empenhamento da sociedade portuguesa, da maiorias dos partidos com assento parlamentar, dos deputados eleitos pela região e dos agentes locais na defesa da integridade regional contra a contaminação nuclear que poderá resultar da viabilização deste projeto.

Tem sido, aliás, o partido ecologista “Os verdes” a única organização política que desde há cerca de 1 ano tem vindo a chamar a atenção para o problema, sem que o mesmo veja qualquer empenhamento do Estado Português ou das autarquias locais diretamente afetadas pelos impactos que o projeto pode trazer para a região duriense.

in:noticiasdonordeste.pt

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