terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Candidatura de Tradições de Inverno a património imaterial da UNESCO será transfronteiriça

Candidatura será promovida pelo Zasnet e deverá juntar rituais de Portugal e Espanha
A candidatura das tradições de inverno a património imaterial da UNESCO vai ser realizada em conjunto, unindo os rituais de Portugal e Espanha, e será promovida pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT), Zasnet.
A presidente deste agrupamento transfronteiriço, Berta Nunes, adiantou que o objectivo é criar uma candidatura muito mais ambiciosa, que “será de todas as festas de Inverno com máscara e também as de Carnaval” de todo o território do Zasnet, adianta Berta Nunes.
De acordo com a responsável, apesar de a inscrição no registo a nível nacional estar mais adiantado no caso dos Caretos de Podence, este ritual deverá ser incluído na candidatura. “Fará mais sentido fazer uma candidatura conjunta, não será só dos caretos de Podence, há já um consenso em relação a isso. O objectivo é fazer uma candidatura transfronteiriça no âmbito da Reserva da Biosfera, mas, caso não seja possível, pelo menos será uma candidatura conjunta de todo o território português”, garante a também presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé. Contando com o apoio da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), a candidatura a Património da Humanidade das Máscaras e Festas de Inverno de toda a zona da fronteira, vai avançar, sendo promovida pelo Zasnet. O AECT inclui o território do Nordeste Transmontano, Salamanca e Zamora.

Registo nacional demorado

No entanto, o presidente da Academia Ibérica da Máscara, António Tiza, frisa que cada tradição tem especificidades diferentes e não é possível uniformizar estas festas, à semelhança daquilo que acontece com outras candidaturas. “O cante Alentejano tem as mesmas características em todas as localidades onde existe. O mesmo não podemos dizer das festas dos rapazes, numa terra faz-se de uma maneira, mas na terra ao lado a festa do rapazes ou do Santo Estevão já é outra e por aí fora”, afirmou o responsável.
O responsável tem ainda alertado os Municípios e a DRCN para a importância de agilizar o processo de registo destas tradições em Portugal.
Este mês, o governo espanhol fez esse tipo de reconhecimento, classificando o Carnaval e os rituais de máscaras como património imaterial e o investigador sublinha que, o primeiro passo para que as tradições de Inverno, associadas às mascaradas, sejam classificadas pela UNESCO como património imaterial, é a classificação a nível nacional, mas lamenta que ainda se tenha feito pouco nesse sentido.

Por Olga Telo Cordeiro/Sara Geraldes
in:jornalnordeste.com

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