quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Quase poema... ou das despedidas

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Para que possas ser livre e feliz devolvo-te à água onde o poço mais fundo te vai acolher num leito maternal cheio de recantos e segredos. Podia trazer-te comigo…para um lago…tratar de ti…sentir a tua presença nas tardes de sol…mas acho que não serias feliz! 
À noite talvez te ouvisse cantar…mas nunca saberia se a tua canção de rã seria de alegria…tristeza…ou somente de saudade das correntes velozes do rio, tão distante e onde tinhas sido tão feliz!
Por isso as minhas dúvidas seriam permanentes… e a intranquilidade da tua presença seria a minha intranquilidade… por isso é melhor assim!
Manda recados pelo vento. Talvez a libelinha não fale bem de ti…não goste de ti… porque te vê sempre à espreita sentada na fraga…silenciosa…fazendo pela vida. Por isso não acreditarei na libelinha e vou encontrar-te sempre no salto mais rápido das tuas longas pernas…nas águas mais límpidas…nas noites mais quentes…talvez na memória do nosso primeiro encontro!
…vou ter saudades tuas!
…mas foi melhor assim!


Fernando Calado
nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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