quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Filandorra estreia 64ª produção: A Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente no Teatro Municipal de Vinhais

A Filandorra – Teatro do Nordeste estreia na próxima sexta-feira, 27 de Novembro, aquela que é a sua 64ª produção, A Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente, no Teatro Municipal de Vinhais (Centro Cultural Solar dos Condes de Vinhais), com cheirinho a salpicão, numa revisitação ao texto vinte anos depois da primeira versão em Novembro de 1995 no Festival de Teatro Português em França – Centre Dramatique Nationale (Thêatre de la Commune – Pandora – Aubervilliers – Paris) com encenação do encenador convidado Jorge Castro Guedes.

Foto de equipa Créditos SF-UTAD
A estreia desta peça corresponde à opção artística da Companhia em acompanhar as novas metas curriculares da disciplina de Português, garantindo assim o propósito de formar novos públicos para o teatro e corresponder às expectativas das Escolas no ensino da Língua e Cultura Portuguesas, bem como divulgar a dramaturgia nacional junto dos públicos do interior.

A Farsa de Inês Pereira é uma divertida comédia de carácteres e costumes que conta a história de Inês Pereira, jovem caprichosa e ambiciosa, que anda encantada por Brás da Mata, galante combatente, mas é pressionada a casar com Pêro Marques, um lavrador simples e sem cultura. É na escolha de pretendentes e suas consequências que se centra esta farsa vicentina, uma das mais divertidas e satíricas da vida quotidiana do tempo de Gil Vicente, escrita a partir do ditado popular Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube e em resposta àqueles que no seu tempo o acusavam de plagiar as obras do teatro espanhol de Juan del Encina. 

A versão da Filandorra respeita fielmente o texto original, mas é actualizado no tempo e espaço ao século XXI, substituindo a figura de Inês Pereira por uma jovem “casadoira” que em vez de lavrar/bordar, está a atar e a pendurar salpicões… assim como todo o contínuo da solução dramatúrgica que traz o texto para a intemporalidade da obra vicentina.

A estreia de A Farsa de Inês Pereira em Vinhais vem consolidar o conceito de rede de parcerias da Filandorra denominada DE …CARAS – Descentralização e Envolvimento de Comunidades de Acolhimento e Residências Artísticas, a partir da qual a Companhia desenvolve ao longo ano e em sistema de rotatividade por dez municípios, actividades de criação, formação a animação artística em torno das artes cénicas cruzando os eixos de turismo, ambiente e cultura.

A estreia em Vinhais é o resultado de um cúmulo artístico neste Concelho e confirma uma vez mais o relevante papel da Companhia na descentralização teatral, afirmando o Interior do país como o seu palco. É a segunda vez que a Filandorra faz uma estreia no Teatro Municipal de Vinhais, um espaço recente de fruição cultural que Vinhais oferece à região, e onde a Filandorra estreou em 2014 Auto da Índia também de Gil Vicente.

A estreia da nova produção vai contemplar uma diversidade de públicos do Concelho de Vinhais, desde o público escolar ao público em geral. Assim, e também na sexta-feira mas em jeito de ante-estreia, a Filandorra faz a sua primeira representação d’A Farsa de Inês Pereira para os alunos do 3º ciclo e secundário do Agrupamento de Escolas de Vinhais pelas 15h00, e à noite para o público em geral. No Sábado à tarde é a vez dos públicos das aldeias de Vinhais poderem assistir aos caprichos de Inês Pereira, num esforço conjunto da Câmara Municipal, Juntas de Freguesia e IPS’s. 

A 64ª produção desta Companhia Profissional conta com versão cénica e encenação de David Carvalho, e as interpretações de Anita Pizarro, Bibiana Mota, Débora Ribeiro, Helena Vital, Bruno Pizarro, Gonçalo Fernandes, Silvano Magalhães e André Nascimento (estagiário), num elenco renovado que integra jovens recém licenciados em Teatro e Artes Performativas pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, no âmbito de um Protocolo de Cooperação entre a Filandorra e esta Instituição de Ensino Superior, e do Curso Profissional Artes do Espectáculo – Interpretação da Escola de Teatro São Teotónio de Coimbra. A sonoplastia e luminotecnia são garantidas por Pedro Carlos e Luís Carvalho (estagiário).

Esta é a terceira produção da Filandorra – Teatro do Nordeste que não é apoiada pela tutela (recorde-se que esta Companhia não é contemplada nos concursos de Apoio às Artes da DGartes/Secretaria de Estado da Cultura desde 2013) e só é possível graças aos protocolos de Cooperação que a Companhia mantém com as autarquias locais nos domínios da produção, formação e animação teatral.

in:noticiasdonordeste.pt

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