quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Autarca de Mascarenhas renuncia ao mandato

José Mário Mesquita, eleito presidente da junta de freguesia de Mascarenhas, pelo PSD, em Setembro de 2013, alega não ter “condições psicológicas” para continuar a exercer o cargo depois de episódios de insultos e de ameaças protagonizados por alguns habitantes daquela freguesia, nos últimos dois meses.
Apresentou o pedido de renúncia ao mandato, no passado dia 25 de Setembro, durante a reunião ordinária da Assembleia de Freguesia. “Cheguei à conclusão que assumi uma desunião de aldeias onde ninguém se entende e onde alguns julgam-se mais importantes que todos os nascidos e moradores das outras aldeias anexas”, refere o médico de clínica geral que exerce funções na região, há 36 anos. 
Foto: Luís Aníbal Dias Liberal 
José Mesquita justifica a renúncia ao cargo de presidente da junta com episódios de insultos e ameaças. “Fui abordado na sede da junta por alguns residentes que, de forma violenta e desrespeitosa, me ofenderam e humilharam como ninguém em toda a minha vida, proferindo ameaças, que quase chegaram à agressão física, fazendo-me lembrar que esta não é a minha terra, não sendo desejável a minha continuidade à frente dos destinos da junta”, conta.
Perante isto, José Mesquita diz não ter condições para continuar no cargo. “É hora de dizer basta, porque não sinto ter condições psicológicas para continuar a ser enxovalhado e ameaçado depois de tantos sacrifícios que tenho feito para gerir a junta com as dificuldades inerentes aos escassos recursos financeiros e em prejuízo da minha vida familiar”, justifica.
Há cerca de um ano, José Mesquita também tinha pedido a renúncia do seu mandato depois de se ter incompatibilizado com o então presidente da Assembleia de freguesia devido à construção de um muro, um caso que está em tribunal. Na altura, voltou atrás na sua intenção, após o presidente da Assembleia ter abandonado o cargo. Mas agora, José Mesquita garante que a decisão é irreversível. “Desta vez nem o Papa Francisco me faria voltar atrás. 
O médico faz questão de esclarecer que não sai em diferendo com o actual executivo da câmara de Mirandela. “Nada existe contra o presidente e a sua equipa que foram sempre muito atenciosos com a freguesia”, diz. 
Perante esta decisão, segundo a Lei, as vagas ocorridas nos órgãos autárquicos são preenchidas pelo cidadão imediatamente a seguir na ordem da respectiva lista. Neste caso, passará a exercer as funções de presidente da junta, Lina Gomes, que não quis prestar declarações sobre o assunto, não confirmando se vai aceitar assumir o cargo de presidente.

Escrito por Terra Quente (CIR)

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