sexta-feira, 23 de maio de 2014

Síntese histórica da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro

E agora, senhores navegadores da net, tomem conhecimento de uma resumida versão histórica da  Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A CTMAD é uma associação regionalista com sede em Lisboa. Tem 105 anos feitos e é a mais antiga associação regionalista criada em Portugal.
A sua fundação serviu de estímulo e modelo para o aparecimento de outras casas regionais.
Corria o ano de 1905, ainda em tempos da Monarquia, quando um grupo de transmontanos influentes ligados à administração pública viu concretizado o projecto que idealizara para conseguir reunir de forma organizada o convívio e auxílio dos transmontanos lisboetas entre si e apoiar as suas terras de origem. Aconteceu em 23 de Setembro desse ano de 1905 com a aprovação oficial dos Estatutos, ficando essa data a assinalar o Dia do Aniversário.
Batizaram-no com o nome de “Club Transmontano”. Em 1933, passou a designar-se por Grémio Transmontano e, em 1960, adoptou oficialmente a designação actual de Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O lema primitivo “ um por todos e todos por um”, inspirado no sentimento patriótico que varreu o país aquando do ultimato inglês em 1890, foi substituído mais tarde pelo lema atual “A Bem das Gentes d’Aquém e d’Além Marão”.
Os associados primitivos do Clube Transmontano foram inicialmente os transmontanos e seus descendentes diretos nascidos nos concelhos de Bragança e Vila Real e residentes na zona de Lisboa, mas, posteriormente, com a criação da província de Trás-os-Montes e Alto Douro, os naturais de nove concelhos situados na margem esquerda do rio Douro, seis do distrito de Viseu e três do distrito da Guarda, adquiriram capacidade para poderem ser legítimos associados da CTMAD. Esses concelhos são Resende, Lamego, Armamar, Tarouca, Tabuaço, São João da Pesqueira, no distrito de Viseu, e, Meda, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda. O âmbito geográfico abrangido pela CTMAD é nos quatro distritos de 36 concelhos.
A primeira sede oficial, apenas por um ano, esteve localizada na Rua Capelo nº 5, onde funciona a Rádio Renascença. Nos anos sequentes mudou várias vezes de rua, sempre na zona do Chiado. Grande parte dos problemas com que a CTMAD se debateu ao longo da sua história resultou das dificuldades surgidas com a escolha e manutenção da sede. O período de maior estabilidade e que permitiu à associação atingir o estatuto adulto correspondeu ao tempo entre Dezembro de 1939 e Maio de 1990 quando a sede funcionou na Rua da Misericórdia, nº20.
A atual sede, no Campo Pequeno, nº 50, 3º Esq. é património da CTMAD, tem excelente localização, mas carece do espaço vital para a realização de eventos exigidos a uma associação regionalista desta dimensão. Por tal motivo, a CTMAD encontra-se, no presente, seriamente mobilizada para ter acesso a uma nova sede tendo já adquirido por escritura pública do direito de superfície de um terreno cedido pela Câmara Municipal de Lisboa.
Para dar satisfação aos associados e concretizar os objectivos estatutários, as sucessivas levas de corpos sociais que presidiram aos destinos da CTMAD, imaginaram, criaram e concretizaram um conjunto alargado de actividades muito diversificadas. É fácil de compreender que uma instituição centenária tenha, no decorrer da vida, uns momentos mais felizes que outros, que as actividades desenvolvidas atinjam picos de enorme entusiasmo em certas épocas e desçam a buracos de profundo desânimo noutras datas. Isso aconteceu com a CTMAD, que nunca conseguiu passar imune às turbulências sentidas nos períodos históricos mais agitados que ocorreram no nosso país no século XX .
Impossível se torna meter numa síntese, que já vai longa, as múltiplas e variadas acções realizadas pela CTMAD durante a sua existência, mas seria lacuna imperdoável não citar aquelas que, porventura, lhe deram maior  visibilidade e projeção.
A mais retumbante ação, quase milagrosa, é a sua própria sobrevivência ininterrupta ao longo de 106 anos que este ano (2011) comemora. Contra ventos e tormentas, vivendo maioritariamente anos magros e nunca gordos, abalada por ameaças internas e desapoios externos, soube resistir, permanecer, sobreviver. Um sucesso de fazer pensar.
Não podemos olvidar a intervenção nos Congressos Transmontanos. O primeiro, realizado em 1920, o segundo com inauguração em Bragança e encerramento em Vila Real,  em 1941, foram ambos dainiciativa e organização da CTMAD. No terceiro congresso que se realizou em 2002,  na cidade de Bragança, teve papel relevante no lançamento e preparação e, em parceria com as outras casas regionais e a associação das autarquias da região na sua realização.
A ação social desenvolvida junto dos transmontanos lisboetas necessitados integrando muitos deles na vida da cidade ou possibilitando aos desintegrados o regresso à aldeia, distribuindo-lhes roupas e géneros em períodos de grande carência como aconteceu durante a II Guerra Mundial
O estudo e divulgação das gentes e terras transmontanas e alto durienses conseguidas através de uma enorme variedade de iniciativas envolvendo conferências, colóquios, revistas, convívios, passeios à região, festas, comemorações, e outras.
De recordar, os concursos carnavalescas dos anos 30, os bailes na Rua da Misericórdia nos anos 50 e 60, as relações fraternas de aproximação com as comunidades transmontanas no Brasil nos anos 40 e 50, a montra de TMAD que foram as Romarias Transmontanas em Lisboa, as comemorações das Bodas de Diamante, em 1980, a prestigiada e inesquecível Semana Transmontana no Casino do Estoril, e, mais perto de nós, a organização da Quinzena Cultural, a Mostra da Terra Quente Transmontana, as anuais festas do Folar, do Azeite e da Castanha e ainda as Comemorações do Centenário em 2005,  cujo programa de actividades se  prolongou ao longo do ano.
Ordem do Infante D. Henrique
Confirmando o mérito da acção desenvolvida pela CTMAD, a associação foi agraciada, em 1931, pelo Presidente da República Marechal Óscar Carmona com a Ordem da Benemerência e, em 2005, por ocasião do Centenário, pelo Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique.
Por sua vez, a Câmara Municipal de Lisboa, através do Presidente Dr. Santana Lopes, pelos serviços prestados à cidade, concedeu  à CTMAD, a Medalha de Honra.
Se pretender conhecer mais sobre a associação pode consegui-lo lendo o livro “100 Anos”, Monografia Histórica da CTMAD.
Amigo transmontano e alto duriense que lhe falta para fazer-se associado de tão prestigiada e tão nossa associação?

in:ctmad.pt

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