quarta-feira, 23 de abril de 2014

Padre de Vinhais pede ajuda a políticos para apoio a idosos

Um pároco de Vinhais chamou hoje os políticos do distrito de Bragança para lhes pedir ajuda por falta de apoios do Estado a respostas sociais e alegadas falhas nos cuidados de saúde prestados a idosos.
O padre Paulo Pimentel preside ao Centro Paroquial e Social de Rebordelo, a maior freguesia rural do concelho transmontano de Vinhais, que ganhou há dois meses um lar de idosos que tem já a lotação de 33 camas praticamente esgotada, mas ainda não conseguiu celebrar acordos de cooperação com a Segurança Social.
Ao convite responderam apenas os presidentes das distritais do PSD e do PS, José Silvano e Jorge Gomes, da concelhia do PS de Vinhais e o presidente da Câmara local, o socialista Américo Pereira.
Se os apoios da Segurança Social não chegarem, o pároco responsável pela nova instituição antevê "dificuldades".
"Os acordos de cooperação farão toda a diferença no sentido de acolhermos aqueles que passam por mais necessidades, aqueles que precisam de nós", afirmou.
O custo por cada utente ronda os 900 euros e o apoio da Segurança Social poderia cobrir cerca de 350 euros.
Essa verba é importante porque, segundo ainda o pároco, surgem pedidos de ajuda de muitas pessoas que procuram a instituição e que não conseguem sequer pagar o mínimo regulamento, que são 575 euros.
A Lusa tentou obter esclarecimentos da Segurança Social, sem sucesso até ao momento.
A obra custou mais de 1,3 milhões de euros, apoiada por fundos comunitários e pela Câmara de Vinhais e com recurso ainda a um empréstimo bancário de 500 mil euros, um encargo para os próximos anos.
O novo lar, que dará também apoio domiciliário, criou 13 postos de trabalho e no futuro disponibilizará aos utentes e à comunidade local serviços de enfermagem e fisioterapia.
Outras das preocupações apontadas pelo pároco prende-se com as dificuldades que, segundo indicou, "as instituições também sentem fruto de todos os constrangimentos económicos que o país passa, os cortes nas unidades hospitalares, a redução de camas e talvez falta de material".
A necessidade mais evidente surge de pessoas que procuram o lar em situações para as quais a instituição não está vocacionada e porque não encontram respostas nas unidades de cuidados continuados.
As existentes "estão cheias e as famílias procuram os lares porque estão desesperadas porque não têm hipótese, nas suas casas, de cuidar com qualidade dos seus familiares", exemplificou.
No recurso dos utentes às unidades de saúde da região, o pároco afirmou que tem notado "às vezes alguma frieza".
"Temos uma situação ou outra de pessoas que vão e que vêm e que no dia a seguir tem de voltar, julgo que deveriam ter ficado", afirmou.
O presidente da distrital do PSD, José Silvano prometeu ser "porta-voz" das preocupações apresentadas e reconheceu que "cada vez vai ser mais difícil haver acordos" devido à falta de dinheiro.
Ainda assim, apontou que "só este ano foram feitos no distrito de Bragança mais de cem acordos novos".
Para o presidente da Federação Distrital do PS, Jorge Gomes, trata-se de "uma questão de opção".
"Desde o início que o Governo nos vem dizendo que é preciso empobrecer o país e aqui têm uma resposta: não faz acordos, é uma forma de por as instituições em situações muito melindrosas", afirmou.

HFI // MSP
Lusa/fim

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