quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ministério da Educação diz que não há dinheiro para obras na escola de Mirandela

As instalações foram construídas há 40 anos e nunca receberam obras
O Ministério da Educação informou que é impossível avançar com obras numa das mais degradadas escolas do país, a secundária de Mirandela, no distrito de Bragança, devido às atuais restrições orçamentais.
A informação consta na resposta dada pela tutela à Associação de Estudantes do estabelecimento de ensino transmontano, que divulgou hoje a troca de correspondência sobre os problemas no edifício.
O chefe de gabinete do ministro Nuno Crato, Vasco Lynce de Faria, informa os estudantes de que o assunto das obras de beneficiação da escola secundária de Mirandela “foi remetido para ser acompanhado pela Parque Escolar”, mas acrescenta que não é possível, no momento, “retomar a fase 4 do Programa de Modernização de Escola do Ensino Secundário (PMEES), dadas as atuais restrições orçamentais”.
A resposta chegou no início de fevereiro ao pedido de informação dirigido ao Ministério da Educação pelo presidente da Associação de Estudantes da Luciano Cordeiro, João Pilão.
“A nossa escola está uma miséria”, descreve o dirigente associativo, que fala de “discriminação” por “bem perto existirem escolas onde nada falta, concelhos onde foi construído mais do que um centro escolar” e a secundária de Mirandela “nem casas de banho tem”.
As instalações foram construídas há 40 anos e nunca receberam obras.
“Hoje encontra-se um edifício completamente degradado onde estudar se apresenta como uma aventura, mesmo um desafio ao que as leis dos sucessivos governos vão ditando”, lê-se na exposição.
Os estudantes lembram que “a caixilharia em madeira apodreceu, chove nas salas de aulas, a humidade enegreceu as paredes e lançou um odor desagradável ao estar e ao aprender, as canalizações também apodreceram” e no frio inverno transmontano, “mesmo com o aquecimento ligado, as temperaturas no interior rondam os três graus”.
O estado da escola já foi motivo nos últimos anos de protestos de pais, professores e alunos e o próprio presidente da Câmara, o social-democrata António Branco, descreve o cenário como “uma escola a cair de podre”.
A secundária Luciano Cordeiro de Mirandela ainda chegou a constar dos projetos da Parque Escolar com investimento previsto de 14 milhões de euros, porém, quando a candidatura foi apresentada “já não havia dinheiro”, segundo o autarca.
Com este valor, o presidente da Câmara assegura que consegue fazer todas as obras necessárias, apesar das atuais dificuldades financeiras, mas desde 2011 que está à espera de uma resposta do Ministério da Educação.
O Bloco de Esquerda já considerou também “inaceitável” o estado desta escola e questionou recentemente o Governo sobre a resolução do problema, através de perguntas escritas apresentadas na Assembleia da República.

Lusa

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