domingo, 30 de dezembro de 2012

Hospital privado do Nordeste Transmontano quer contrariar fluxo de doentes para o litoral


Um grupo de empresários investiu 17 milhões de euros no primeiro hospital privado do Nordeste Transmontano e promete oferecer na região serviços que os utentes transmontanos procuram actualmente nas clínicas privadas do litoral, avançou a agência Lusa numa notícia publicada no início do mês que dezembro.
O Hospital da Terra Quente abriu em Mirandela, com uma oferta na área da saúde “complementar” às unidades do Serviço Nacional de Saúde, afirmou na passada sexta-feira à Lusa o presidente da Câmara, António Branco. 
A autarquia é um dos accionistas do novo hospital e entrou na sociedade, segundo explicou o autarca, oferecendo “benefícios fiscais e como facilitador” do projecto que tem como accionista também a Santa Casa da Misericórdia local. 
A esmagadora maioria dos 10 accionistas são empresários locais e nacionais, disse o autarca, que realçou a aposta deste projecto como “um apoio para a unidade local de saúde e não contra ela”.
António Branco recordou que “hoje em dia existem inúmeros autocarros, carrinhas e outros veículos em circulação entre a região e o Porto a transportar utentes para unidades privadas no Porto, na Póvoa de Varzim, em Amarante”. 
“Se nós conseguíssemos que eles, pelo menos, não abandonassem o distrito e fizessem os mesmos exames localmente, alguma parte da riqueza ficava”, declarou. 
Muitos destes doentes recorrem a clínicas privadas do litoral enviados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) que tem acordos com as mesmas para prestar serviços que não existem nas unidades públicas. 
O primeiro hospital privado da região quer “compensar o que o serviço público não consegue assegurar localmente”, frisou o autarca. 
“Em vez de andarem esses autocarros e essas carrinhas de nove lugares a circularem na autoestrada todos os dias, porque não nós oferecermos esse serviço”, enfatizou. 
Nesta fase inicial, o hospital tem acordos com o SNS apenas nas áreas da radiologia e análises, mas o propósito é alargar estes acordos e convenções com a ADSE, o sistema de saúde dos funcionários públicos, com seguros, e contratos directos com as unidades locais de saúde. 
O novo equipamento oferece para já apenas consultas externas, estando prevista para segunda-feira a abertura da cirurgia de ambulatório e para janeiro da cirurgia geral. 
Em Março, deverá entrar em funcionamento a unidade de cuidados continuados e a residencial sénior. 
O hospital terá 140 camas e prevê criar cerca de 70 postos de trabalho directos e indirectos. 
O autarca local lembrou que o investimento privado na área da saúde em Mirandela soma já “30 milhões de euros”, 17 milhões relativos ao hospital e oito milhões à unidade de hemodiálise que há vários anos serve utentes de toda a região. 

Fonte: Agência Lusa

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