O guião pega na causa da linha do TUA, em que se retrata bem alguns políticos troca-tintas. Começa na grande manifestação de 1992 com a supressão do comboio entre Mirandela e Bragança, para desembocar na grande barragem do Tua. Esta poderia ser desdobrada em duas ou três e poupava-se a jóia da engenharia ferroviária portuguesa do século XIX, com um potencial de desenvolvimento imenso que seria posto a render em qualquer país desenvolvido.
Pelo que se tem divulgado Mirandela com este filme seria de inteira justiça que a Assembleia Municipal de Mirandela, registasse para o Jorge Pelicano um «Muito Obrigado».
Sugerimos, ainda, ao Município de Mirandela que faça um núcleo museológico da linha do Tua, com um misto de espólio de material ferroviário, fotografias antigas e com suporte digital. Ao museu poder-se-ia chamar «Memória das Terras de Mirandela».
Por: Jorge Lage
in:jornal.netbila.net
"Se bem me lembro", o encerramento das vias férreas que serviam Trás-os-Montes iniciou-se com o da linha do Sabor, prolongou-se, depois, com o das linhas do Tua e do Corgo. O principal responsável por tais encerramentos foi a esfíngica figura que, sem apelo, trocou as atividades económicas do Interior rural pelos Fundos que - excluindo aqueles que, malbaratados, foram dar aos bolsos de gente sem escrúpulos, alimentando negócios escusos que contribuíram para a nossa ruína - aplicou os restantes no Litoral e nas grandes cidades. Consciente ou ingenuamente, acabou por dar o golpe fatal no sonho de um Trás-os-Montes revitalizado, renovado, modernizado e, sobretudo, povoado. Hoje, Trás-os-Montes é, lamentavelmente, o que se vê: aldeias sem atividade económica, no marasmo, povoadas exclusivamente por velhos são, como hoje se vê, terras condenadas a morrer. E, sem qualquer respeito e, até mesmo, desprezo por quem, maioritária e repetidamente, lhe confiou os seus votos tornou-se o principal coveiro da generalidade das aldeias do Interior, especialmente, das do Nordeste Transmontano.
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