terça-feira, 6 de novembro de 2012

Filme documentário de Jorge Pelicano sobre a linha do Tua

«Pare, escute, olhe» é um filme documentário de Jorge Pelicano sobre a linha do Tua, cuja antestreia ocorreu em Mirandela a que assistimos. Foi vencedor de sete prémios nacionais e está disponível em DVD de 30 minutos, mas tem gravações de duas horas. 
O guião pega na causa da linha do TUA, em que se retrata bem alguns políticos troca-tintas. Começa na grande manifestação de 1992 com a supressão do comboio entre Mirandela e Bragança, para desembocar na grande barragem do Tua. Esta poderia ser desdobrada em duas ou três e poupava-se a jóia da engenharia ferroviária portuguesa do século XIX, com um potencial de desenvolvimento imenso que seria posto a render em qualquer país desenvolvido.
Pelo que se tem divulgado Mirandela com este filme seria de inteira justiça que a Assembleia Municipal de Mirandela, registasse para o Jorge Pelicano um «Muito Obrigado».
A mítica linha, em bitola reduzida, e o comboio quase faziam parar o relógio do tempo. Neste momento, era importante registar no terreno a sua memória, pelo que desafiamos os municípios ribeirinhos (Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Murça e Alijó) a traçarem um «trilho pedestre Linha do Tua» intermunicipal (também para BTT). 
Sugerimos, ainda, ao Município de Mirandela que faça um núcleo museológico da linha do Tua, com um misto de espólio de material ferroviário, fotografias antigas e com suporte digital. Ao museu poder-se-ia chamar «Memória das Terras de Mirandela».

Por: Jorge Lage
in:jornal.netbila.net

1 comentário:

  1. "Se bem me lembro", o encerramento das vias férreas que serviam Trás-os-Montes iniciou-se com o da linha do Sabor, prolongou-se, depois, com o das linhas do Tua e do Corgo. O principal responsável por tais encerramentos foi a esfíngica figura que, sem apelo, trocou as atividades económicas do Interior rural pelos Fundos que - excluindo aqueles que, malbaratados, foram dar aos bolsos de gente sem escrúpulos, alimentando negócios escusos que contribuíram para a nossa ruína - aplicou os restantes no Litoral e nas grandes cidades. Consciente ou ingenuamente, acabou por dar o golpe fatal no sonho de um Trás-os-Montes revitalizado, renovado, modernizado e, sobretudo, povoado. Hoje, Trás-os-Montes é, lamentavelmente, o que se vê: aldeias sem atividade económica, no marasmo, povoadas exclusivamente por velhos são, como hoje se vê, terras condenadas a morrer. E, sem qualquer respeito e, até mesmo, desprezo por quem, maioritária e repetidamente, lhe confiou os seus votos tornou-se o principal coveiro da generalidade das aldeias do Interior, especialmente, das do Nordeste Transmontano.

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