quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bragança - Museu da Máscara recupera tradição dez anos depois

Passados dez anos, a Morte, o Diabo e a Censura voltaram a sair às ruas de Bragança. Uma tradição recuperada pela primeira vez pela Academia Ibérica da Máscara.
António Tiza, director da Academia, explica que este era um ritual marcado pela presença das três personagens na procissão da Quarta-feira de Cinzas, entretanto extinta, e que se estendia aos bairros da cidade. “O Diabo castigava as moças com o tridente. A morte ameaçava também com a gadanha. Estando na quarta-feira de cinzas havia que chamar à atenção para que, a qualquer momento podia aparecer e ceifar as vidas às pessoas com a gadanha, que é o seu símbolo. E a censura que significa, neste caso, repreender pelos excessos que as pessoas, sobretudo os jovens, teriam cometido nos dias anteriores, no Carnaval”.  
Ontem à tarde, a Morte, o Diabo e a Censura foram representados por alunos do curso de Animação e Produção Artística do Instituto Politécnico de Bragança. Partiram da cidadela e percorreram as ruas da cidade, interagindo com a população.
Quem passa por eles parece gostar de ver a tradição recuperada. Pedro Vinhas já tinha ouvido falar neste ritual. “Já conhecia mais de ouvir falar a minha mulher. Eu não sou daqui mas ouvi falar várias vezes”.
Já Paula Cunha recorda-se de ver a Morte, o Diabo e a Censura representados em Bragança há mais de 30 anos. “É uma tradição de Trás-os-Montes que acho que devia continuar. Esteve parado tempo a mais. As pessoas antigas já estão habituadas e a juventude precisa de qualquer coisa para se distrair em vez de fazerem asneiras. Assim andam a brincar e não fazem mal a ninguém”.
 Tradição ligada à Quarta-feira de Cinzas recuperada pela primeira vez em  10 anos, em Bragança, pela Academia Ibérica da Máscara. 


Escrito por Brigantia (CIR)
in:brigantia.pt

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