sábado, 25 de janeiro de 2014

A Primeira Associação de Estudantes do Liceu Nacional de Bragança

No Liceu, tinha sido extinta a Academia de Estudantes e surgiu a pró-associação de estudantes, que era um grupo de 3 alunos que tinham como missão preparar a eleição da primeira associação de estudantes.
Se a memória não me atraiçoa, eram eles o Leonel Vaz, o Onofre Castro e não tenho a certeza de quem era o outro colega.
O MRPP “dominava” totalmente o ambiente estudantil no Liceu. A UEC (União de Estudantes Comunistas) tinha militantes dignos e lutadores mas com pouca expressão numérica. A Juventude Socialista e a Juventude Popular-democrata, tinham pouca capacidade de mobilização e espaço residual no meio estudantil.
O MRPP aglutinava estudantes, funcionários e alguns Professores. Até dos Padres recebíamos algumas palavras e gestos de simpatia.
(Este era um comunicado do MRPP, em sequência da campanha da Lista C, da UEC...sem qualquer partidarismo rsrsrs)
Concorreram 3 listas em representação, (se bem que camuflada), de 3 "Juventudes Partidárias e um Movimento". MRPP, JS, JSD e UEC (Lista C). A lista do MRPP ganhou com mais de 85% dos votos expressos. Éramos 15 os elementos da 1.ª Associação de Estudantes do Liceu Nacional de Bragança.
A “vida”, dentro e fora do Liceu, passou a ser mais difícil para as outras juventudes partidárias.
O controle do MRPP era absoluto. As juventudes partidárias tinham de pedir autorização à Associação de Estudantes para montarem bancas de venda de material no espaço de convívio do Liceu, que serviriam para angariar fundos. Autorizámos a colocação de bancas ao PS e ao PPD, depois de decidirmos, com pouco sentido democrático, que tipo de materiais podiam colocar à venda, mas não demos autorização aos “revisionistas” da UEC. Tempos, onde o “inimigo” estava mais à esquerda que à direita. Tempos, em que a boa vontade tinha muita força e a ignorância proliferava. A banca do MRPP, era um autêntico expositor de Países Comunistas mas não vinculados à então URSS, como a China do Mae Zedong (Mao Tze-Tung), ou a Albânia do Enver Hoxha.
Ainda não era a altura de aprendermos a cultura democrática e o respeito pela opinião dos outros. Tudo leva o seu tempo…
(Reparai na enorme quantidade de erros, em tão poucas linhas, na campanha da UEC)
No dia em que o “Luta Popular”, órgão oficial do MRPP se transformou em diário, soube a notícia pela rádio na aldeia de Bemposta onde tínhamos ido representar uma peça de teatro, foi um dia de loucura para todos nós. Toda a gente comprava o “Luta Popular”. O respeitado Cónego Ruivo era sempre dos primeiros.
Eram os tempos das R.G.A.s e dos comunicados anónimos. Anónimos, é uma maneira de falar, já que todos eles tinham “gato escondido com o rabo de fora”.A convulsão era permanente. Todos tentavam cerrar fileiras na defesa das suas convicções.
Mesmo passados tantos anos e pelas imagens expostas, temos de concluir que, pelo menos na escrita, o MRPP fazia alguma diferença...para melhor. rsrsrsr (Agora dá para rir).

(H.M.)

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